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Sim, ela vai mamar enquanto quiser!

fevereiro 11, 2014

Faço parte daquele grupo de mães que amam amamentar. Amamentação é um tema um tanto quanto controverso no mundo da maternidade. Porque, de fato, amamentar não é só um mar de rosas e tem muita gente que sofre só de tocar no assunto.

Tive dificuldades de amamentar os meus dois filhos. Com o Pedro, por ser mãe de primeira viagem, foi muito mais difícil, mas sofri também agora, quando Mariana nasceu.

Embora eu tenha lido absolutamente tudo sobre gravidez e suas consequências, ninguém me falou sobre alguns detalhes do período pós-parto (inclusive pós-parto de cesárea) e, com isso, eu sofri mais à época do Pedrinho. Eu que sempre achei lindo uma mãe amamentar seu bebê não sabia o que me aguardava.

O Pedro nasceu um rapagão saudável, com peso e tamanho bons, na 38ª semana de gravidez. Ainda na sala de recuperação, colocaram meu menino para mamar. Ele não conseguiu. Pudera, nem mesmo eu conseguia me mexer de tanta dor. No quarto, as enfermeiras iam e vinham com as mesmas informações que eu tinha lido nas revistas e nos sites personalizados. “Ele tem que abocanhar toda a auréola!; Olha a pegada certa!; Não pode pinçar os seios!; Você tem leite, isso é o colostro que é pouco mesmo!”, etc… E mesmo sem ele conseguir mamar (eu tinha o bico do seio invertido, o que piorou a situação), me deram alta!

Com três dias de nascido, aprendi a primeira lição sobre a amamentação: certifique-se que o bebê está sugando corretamente simplesmente olhando as fraldas. O xixi é uma certeza que ele está mamando. O fato é que o Pedrinho sugava e eu achava que estava no processo normal da amamentação. Com três dias de vida, meu rapaz parou em dois pediatras com febre que passava os 39°. Ele estava desidratado.

Segunda lição (e a mais importante para mim): após três dias de colostro acontece a ‘apojadura’. Esse nome um tanto quanto estranho devia ter aparecido nas minhas leituras durante a gravidez. A apojadura nada mais é do que o momento em que o leite propriamente dito desce. As mamas ficam muito cheias, doloridas demais e até quentes.

Pedro não mamava porque meus seios estavam empedrados. Ele não conseguia sugar (tadinho). Desidratou. E pasmem: quem conseguiu descobrir o que ele tinha foi a enfermeira da maternidade (sim, eu voltei pra lá) especialista em amamentação. Ela massageou meus seios até que fosse possível que o meu bebê os abocanhasse. Fui ao céu e voltei de dor. Mas resolveu. Pedrinho mamou por longos 40 minutos naquele dia.

Mas não acabou. Lição número 3: pelo menos na primeira semana de vida do bebê, é necessário massagear os seios uma meia hora antes de o bebê mamar. Assim, será possível que ele consiga sugar corretamente. Contudo, isso só foi possível com a ajuda do meu esposo. A massagem nos seios depende de uma mão pesada. Tenho certeza que só tive sucesso na amamentação dos meus filhos com a ajuda e persistência do meu marido.

Não foi fácil. Senti muitas dores. Chorei amamentando. Meus seios racharam. Mas Pedrinho mamou até 1 ano e 2 meses de vida. E parou porque quis! E eu chorei novamente! Acreditem!

Com Mariana todo o processo se repetiu. Com uma única diferença: eu estava preparada para o sofrimento. A primeira semana não foi fácil. Ela não teve febre, mas no terceiro dia em diante, meus seios empedraram, passei uma noite em claro de dor e meu marido entrou em cena novamente.

Hoje, Mariana está com oito meses e mama pela manhã, na hora do almoço e à noite o tanto que ela desejar. Amo amamentar! Cada lágrima derramada valeu a pena. Escuto todos os dias: “Não está na hora de desmamar ela?”. Eu respondo: “Não, não está!”. Junto com a amamentação estão os momentos mais belos que passo com minha pequena, está a hora do soninho, o momento em que eu tenho a oportunidade de contempla-la, de cantar pra ela, de acariciar meu bebê. E eu simplesmente amo!

É óbvio que tem as coisinhas chatas como o cheiro do leite, os “lindos” sutiãs pra amamentar, os seios vazando no meio do expediente, entre outras coisinhas mais. Contudo, todos os benefícios da amamentação superam as dificuldades que alimentar seu bebê traz.

Enfim, é minha experiência. Espero que ela ajude alguém!