A rotina da mãe de um trio

outubro 30, 2017

O dia ainda não raiou. Pelas janelas, ainda não entra a luz do sol. São 5h30 da manhã. O pequeno e mais novo “relógio” começa a remexer em seu berço. Sim, é hora de a mamãe levantar. Os olhos ainda pesados precisam de uma boa dose de água fria. Ela se dirige à cozinha, prepara a mamadeira – lembrando que isso é novidade pra ela, que amamentou os outros dois filhos até um ano e meio – e segue para o berço. Ele a recebe com um sorriso. Antes, o bebê só sabia chorar. Agora, próximo aos três meses, já sorri. Ela o pega no colo docemente e vai alimentá-lo. O sol começa a clarear o quarto. Logo as duas outras crianças hão de acordar. Assim começa seu longo dia.

Seis meses antes

Às 7h, o despertador do celular toca. Ela levanta e, conforme manda a rotina, prepara o café da manhã. É o aroma do forte café que a acorda. Isso é sagrado em todas as manhãs. Ela segue para o banho, se arruma para o trabalho. Confere o sono das crianças – Pedro e Mariana – cada qual em seu quarto. Dá um beijo no esposo, que também se levanta pra trabalhar e corre para mais um dia de expediente.

Nessa correria, mal recorda que está com um barrigão de seis meses. Carrega em seu ventre o terceiro filho, o Paulinho. Só se lembra deste fato, porque as dores ao caminhar estão lá, a cada passo que ela dá, em decorrência de uma terrível inflamação na pelve decorrente da gravidez. No trabalho, uma equipe a ser coordenada. Reunião de pauta, jornalistas nas ruas, atendimento à imprensa, matérias sobre a mesa pra corrigir, planejamento das redes sociais pra liberar, o artigo do presidente da empresa por escrever, o vídeo do evento do fim de semana pra fazer os últimos ajustes. O tempo voa. Já está na hora do almoço e ela corre pra aula de natação. É necessário para ter uma gravidez saudável. Ela engole a comida num restaurante qualquer a caminho do trabalho. Volta pra sua rotina que segue até a hora de buscar o filho mais velho no colégio. À noite, reunião do Segue-me em casa. Sim, ela e o esposo vão coordenar o encontro de jovens da Paróquia que envolve mais de trezentas pessoas. Neste meio tempo, lanche pros filhos, banho, deveres do colégio dos rebentos a fazer, um afago no marido, a oração do Santo Terço em Família. O dia chega ao fim bem após o relógio acusar que passa da meia-noite, já entrou no dia seguinte.  Ela, com seu corpo cansado, repousa. E pede a Deus um sono reparador.

Hoje

Entre sorrisos e sons balbuciados, o bebê segue acordado até umas 9h, 10h. A essa altura, Pedro e Mariana já levantaram. Eles não passam despercebidos pela casa. O som da voz, o corre-corre entre a sala, cozinha, quartos, se faz presente. “Bom dia, irmãozinho!”, exclama Mariana, que sempre acorda de bom humor. Pedro já diz: “Posso segurar ele?”. O mais velho assim o faz, porque é um bom ajudante da mamãe, no auge dos dez anos de idade.

Banho no bebê. Mais uma mamadeira. Entra na rotina do sono. É hora de correr pra arrumar os mais velhos para o colégio, dar almoço e levar para a escola. Nesse meio tempo, ela brinca de boneca com a filha do meio. O tempo em casa a permite aprender tranças novas, fazer coque de “bailarina”, Maria Chiquinha dos dois lados, tudo conforme o desejo da pequena, hoje, com quatro anos. “Quero ir de Elza, mamãe”, ela pede. E segue de princesa do Frozen para a escola.

À tarde, a casa silencia, mas o bebê não tem rotina durante o dia. Ele dorme sonos picados e adora cochilar nos braços da mamãe. Entre trocas de fraldas, mais mamadeiras e muito colo já é hora das crianças retornarem à casa. Uffaaa, o dia já passou! Papai entra no ritmo da dança. Ora ajuda a preparar a janta ou o lanche, ora a cuidar do bebê. Hoje é segunda. Pedro tem taekowondo. O tempo corre ainda mais. (No decorrer da semana, ele ainda tem Robótica, reunião dos coroinhas e missa pra servir.) Essa é a hora que o bebê está mais desperto. Ele já entendeu que os irmãos estão em casa. Mariana corre, já vem direto falar com o irmãozinho. Ele fica feliz, agita as perninhas, os bracinhos, e grita sem parar. A rotina segue. Louça pra lavar. Dever das crianças por fazer. Prova pra estudar. Banho antes de dormir. Após tudo isso, todos param. É hora do Santo Terço. Eles rezam em família.

O relógio volta a acusar que é tarde da noite. A meia-noite se aproxima. Ela, mãe, dá bronca nas crianças, que ainda têm energia e querem correr pela casa. Eles também querem atenção, pois o dia foi recheado de tarefas e a mamãe, com seu bebê a todo tempo no colo, só pôde, durante os poucos intervalos, cuidar das responsabilidades que envolvem o lar. Os dois vão para seus quartos. Papai dá mais uma mamadeira para o bebê antes de dormir.

Ela respira fundo. Deita o corpo exausto sobre a cama. A culpa toma conta dela. Ela sente que pouco se doou aos meninos. Que Mary está distante e que já não tem o aconchego da mãe como antes. A pequena demonstra isso tentando chamar atenção, fazendo coisas que antes não fazia. Pedrinho já é um rapaz, mas também precisa de atenção. Ele é sentimental. Seu rosto expressa o que o coração quer dizer. Mas não para por aí. Ela olha para o esposo, também cansado da dura rotina, e percebe que não sobrou tempo pra ele. Ele segura forte a mão dela, sem precisar falar uma única palavra, diz: “Estou contigo!”. Ela fita, ainda, a cara bicicleta ergométrica que comprou para se exercitar em casa. “Seria mais fácil”, pensou outrora ela. Mas a bicicleta virou cabide e ela não consegue cuidar de si. E o passa relógio mais uma vez da meia-noite, marcando o dia seguinte que irá se iniciar religiosamente às 5h30 da manhã. “Vai passar”, pensa ela, mas já cheia de remorso, porque a rotina louca que lhe espera após a licença maternidade, logo vai chegar.

A licença maternidade é assim: um hiato em sua vida. É, de fato, uma licença dos outros papéis que lhe cabem. Oportunidade para, apenas, ser mãe. Nada mais! Ela fecha os olhos e agradece a Deus a graça de ser família e de ter ganho esses três lindos presentes.

 

Eu não amamentei meu terceiro filho

outubro 30, 2017

Eis-me aqui, vivendo a loucura de ser mãe de três.

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Paulinho nasceu. Como Mariana, antecipou três semanas, veio ao mundo quando eu estava com 37 semanas de gestação, após minha bolsa estourar. Na madrugada de 7 de agosto, eu o recebi em meus braços.  Lindo, saudável. O menor filho, com 48 cm, porém, o mais gordinho, com 3.245 kg.

A partir deste momento, caía por terra todas as minhas expectativas de uma mãe experiente, que já vivera de tudo com os outros dois filhos. Mas o ditado não diz que o terceiro filho nasce criado? Não é este que nasce andando, falando, comendo? Não é esta terna figura que não traz mais medos ao coração preparado da mãe de terceira viagem? Não. Não é.

Em um outro post venho aqui contar minha saga por um novo obstetra aos oito meses de gestação, em função da mudança do meu plano de saúde e todas as consequências de ter Paulinho pelas mãos de um médico que sequer sabia meu nome. Mas isso é história pra outra hora.

Minha primeira grande frustração foi não conseguir amamentar o meu terceiro filho. Isso mesmo. É ir na contramão do normal, né? Com Pedro, venci uma mastite, mesmo com toda minha inexperiência aos 23 anos de idade. Mariana nasceu e não foi fácil também. Mas passei pelos duros dias do colostro, da apojadura, das mamas feridas e sangrando e vivi, novamente, a incrível e insubstituível experiência da amamentação. Tanto Pedro como Mariana mamaram até 1 ano e três meses, com muito orgulho.

Mas com Paulinho foi tudo diferente. Logo que nasceu veio pro meu seio. Sugava forte. Pega correta, com boca de peixinho. Foi elogiado por todas as enfermeiras. Meu colostro logo desceu. Contudo, eu passei momentos de muito stress na maternidade.

Assim, ao chegar em casa, o bebê, antes bezerrinho, só chorava. Ao tocar o seio, arqueava pra trás e gritava mais alto ainda. Meus seios enchiam as conchas, mas não pareciam alimentá-lo.  Aos cinco dias de vida, fomos ao pediatra de confiança. Ali, ele já constatou baixa ingesta, meu bebê havia perdido peso, quando deveria estar o recuperando. De 3.245 kg, baixou para 2.880.

Podia ser refluxo, disse o pediatra. Assim, pediu que complementasse as mamadas com meu próprio leite ordenhado. Tentamos o copinho de café e a seringa para ele não rejeitar o seio. Mas ambos desperdiçam muito leite e sem a sucção devida dele, minha produção de leite começou a cair. Tentei tudo que podia até os dez dias de vida do meu filho. Bombinha elétrica, três medicações diferentes para aumentar o leite, litros e mais litros d’água.

Segunda consulta: Paulinho chegou a 2.660 kg. Urina escura, com cristais de urato, que mostram deficiência na alimentação; fezes quase inexistentes. Olhinhos amarelos. Fizemos exame de sangue. O que era pra ser uma icterícia fisiológica, sem riscos para o bebê, ficou altíssima. Bilirrubina em valores perigosos, fígado descompensado, hemograma cheio de alterações. (A bilirrubina é excretada pelo corpo pelo xixi e pelas fezes. Como ele não mamava bem, piorou e muito.)

Solução: o leite artificial. Agora não mais no copinho ou na seringa. O pediatra havia pedido na mamadeira pra ter certeza de quanto ele estava tomando. Enfim, sem a sucção dele, fiquei cada dia com menos leite e, obviamente, ele rejeitou meu seio após isso. Após a introdução do leite artificial, a icterícia e o hemograma melhoraram. Eu louvo a Deus pela saúde do meu filho.  Mas a frustração de não amamentá-lo permanece até hoje. De não entender o que aconteceu.

O refluxo foi diagnosticado posteriormente. Eu, como disse, também passei momentos de estresse no hospital. Mas nada – segundo todo meu conhecimento sobre o assunto – explica o fato de não ter tido êxito na amamentação.

Sigo, portanto, refém do leite artificial e das mamadeiras. Na certeza de que cada filho traz consigo uma experiência e que uma mãe de três, absolutamente experiente, pode sofre tal qual uma mãe de primeira viagem.

 

2017?! Mãe de três!

janeiro 10, 2017

Fim de ano. Férias. Praia. Família. Paz.

O aroma do mar me inebria, enquanto o sol característico do Nordeste brasileiro banha meu rosto. Os ventos vindos do mar balançam meus cabelos e tocam levemente minha face. Fecho os olhos num momento de contemplação e puro agradecimento a Deus. Ao abri-los, vejo meus meninos, Pedro e Mariana, correndo na fofa areia. Ele, com a prancha nos braços, rumo ao mar. Ela, tentando fazer castelos com sua nova coleção de baldinhos. Olho pro meu esposo, ele me fita e concluo: nada me falta.

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Obviamente, meu corpo – cansado e que vinha se arrastando em um pesado ano de trabalho – também relaxou. Não seria o meu quadro clínico de Síndrome do Ovário Policístico (SOP) que iria evitar uma nova concepção, enquanto meu corpo dizia “sim” à vida, contemplando-a em sua plenitude.

Ao voltar à rotina da Capital Federal e, com ela, todas as reponsabilidades que o dia a dia me chama a cumprir, eu sabia que algo estava diferente. Meu corpo sonolento estava. Era o prenúncio de que meu organismo já trabalhava incansavelmente para gerar um novo rebento.

Incrédula em poder conceber novamente – após ter feito tratamento para engravidar da Mariana, comprei um teste de farmácia ao fim da tarde ensolarada de 16 de dezembro, uma sexta-feira que prometia emoções. Ora, para mim só havia a possibilidade de uma única listra rosa ser pintada. O teste serviria só para acalmar meu coração descompassado. Mas, à medida que o teste se confirmava, notava-se uma segunda listra. Bem clarinha. Quase imperceptível. Contudo, ali estava. Ela aparecera. Eram duas listras rosas. Sinal de que meu corpo produzia o hormônio da gravidez, o HCG.

Tremi. Minha boca secou. Impossível, eu pensava. Incrédula fiquei. O marido gritava no quarto. “- Fala logo, amor!”. Entreguei o teste em suas mãos. Seus olhos marejaram. Ele não conteve-se e começou a gritar. “- Vou ser pai de três!”. Meu olhar perdido estava. Em meio àquela confusão, seguimos para uma emergência, onde, em seguida, o exame de sangue confirmava, resultado: 201 – de 2 a 3 semanas de gestação.Eu estava grávida!

 

Valei-nos, São José!

março 19, 2014

No dia 19 de março, é celebrada a Solenidade de São José, esposo da bem-aventurada virgem Maria, padroeiro da Igreja Universal. A data foi fixada em 1870, durante o Concílio Vaticano I, ocasião em que o Papa Pio IX colocou a Igreja Católica sob a proteção de São José. Mas, embora aclamado patrono da Igreja, pouco se conhece sobre o Santo. A Bíblia não traz muitas informações acerca de José. Pela narrativa dos Evangelhos, sabe-se – de forma genérica – que ele acolheu Maria por esposa tornando-se, assim, pai adotivo de Jesus e figura exemplar da Sagrada Família. Contudo, é possível, por meio da Sagrada Tradição e de conhecimentos da história antiga, assim como a conjuntura social, política e religiosa da época, seguir pistas para “construir” a figura de José.

Em seu livro, ”José, Sombra de Deus Pai”, o profundo estudioso do Santo e Josefino, pe. Giuseppe Perona, falecido no ano de 2011 em Brasília, ressalta a passagem do evangelista Mateus, que denomina José como um homem justo (Mt 1,19). Segundo pe. Perona, muito mais que a qualificação como “justo”, essa palavra indica, também, uma categoria de pessoas que se comprometiam a observar a Lei em toda sua plenitude, como exemplo para outros.

“José, como Saquid (justo), foi um líder na sociedade. Exerceu uma influência espiritual acentuada na comunidade judaica de Nazaré, e assumiu uma responsabilidade muito grande frente aos habitantes. Para isso, precisava de uma preparação adequada e de um grande empenho pessoal”, revela em seu livro. “Eis, então, que devemos admitir que sua educação foi superior ao nível comum dos outros israelitas. Aprendeu, com certeza, o hebraico das Escrituras, noções fundamentais de grego e de latim e os segredos de interpretar a Torah como uma profundidade admirável”, ressaltou o estudioso por meio da obra.

Este Saquid, justo, recebeu, portanto, Maria por esposa. São Mateus descreve que, embora Maria estivesse desposada com José, “antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo” (Mt 1,18). De acordo com estudiosos, a mulher judia casava-se muito nova. Desta forma, devia permanecer na casa dos pais por cerca de um ano até atingir a maturidade sexual. Passado este tempo, dava-se a segunda parte do casamento, quando, então, o marido buscava a esposa. Autores defendem que foi entre a primeira e a segunda fase das núpcias que se deu a anunciação à Maria e o mistério da concepção de Jesus.

“Neste primeiro momento é que percebemos, claramente, em José, modelo de esposo, que dedicou toda sua vida a Jesus e Maria”, diz o padre josefino Aleixo Susin, vigário da Paróquia São Paulo Apóstolo.

Pe. Aleixo ressalta José como “modelo de esposo”, uma vez que, mesmo sendo um Saquid, conhecedor profundo e cumpridor das leis judaicas, não denuncia Maria por adultério – o que levaria a mãe de Jesus à pena de morte e, não querendo difamá-la, “rejeita-a secretamente”. Após este episódio, o evangelista Mateus relata que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e disse-lhe para que não temesse receber Maria por esposa, pois o filho que nela havia sido concebido era obra do Espírito Santo.

“O ato de receber Maria como esposa, mesmo não sendo pai de Jesus, mostra que José aceita e acolhe, a partir dali, o plano divino. Ele aderiu em sua vida, a todo o mistério que lhe estava sendo revelado. E Deus continuou a falar em seu coração”, comenta o pe. George Albuquerque, pároco da Catedral Metropolitana de Brasília. Ainda segundo pe. George, São José é um exemplo de esposo que deve ser seguido por todos os homens casados. “Ele compreende que o desígnio da salvação está ligado, intrinsecamente, a Maria. Após entender esta revelação de Deus, José exerce, na condição de esposo, a proteção plena à Maria. Ele a guarda. Ama. Cuida. Protege. Permanece fiel e casto até a sua morte”, ressalta o sacerdote.

Os versículos bíblicos que relacionam José e Maria, mais do que históricos, trazem dados teológicos. A relação do casal, no qual se encarna o Redentor, Aquele que trouxe a salvação, torna-os ‘casal ministro da Encarnação’. José e  Maria são, assim, modelo para o casal cristão.

José, o pai adotivo de Jesus

Pode-se dizer que Maria, por ser mãe e ter gerado  – na carne – o filho de Deus, dá a vida a Jesus de Nazaré. Mas, é por meio da filiação de José, que Jesus torna-se um ser social. “Pela genealogia  de Cristo (Mt 1,1-16), percebe-se o curso da história da Salvação. O que foi revelado no Antigo Testamento, José traz consigo. Portanto, pela adoção feita por José, Jesus vive, por excelência, uma unidade com todo o mistério salvífico”, explica pe. George.

De acordo com o Antigo Testamento, depois de rejeitar Saul, Deus mandou que Samuel ungisse a Davi e prometeu que a descendência de Davi jamais deixaria o trono de Israel (II Sm 7,12-17). Esta promessa se cumpre, precisamente, na genealogia de Jesus, já que José pertencia à estirpe de Davi. 

Para pe. Perona, “foi por meio de José que Jesus teve raízes num povo, numa linhagem. Foi por meio dele que Jesus foi inserido numa tradição e aprendeu uma profissão. […] O Filho de Deus, que plantou sua tenda no meio de nós, pôde, legalmente, ser considerado Filho do Homem”, analisou o estudioso em seu livro.

Em outras passagens bíblicas, percebe-se o profundo papel de José enquanto pai do Salvador. É ele quem leva a virgem Maria e o menino para a apresentação no templo, a fim de cumprir as leis judaicas (Lc 2,22).

José também mostra-se obediente e protetor ao fugir para o Egito (Mt 2,13-15) com sua esposa e filho, com o intuito de defender o pequeno Jesus da ira de Herodes, que mandou matar os “meninos de Belém e arredores com menos de dois anos de idade”, e para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).

Em outro episódio, José retorna para Jerusalém, “aflito” (Lc 2,48), como diz a Escritura, para encontrar o jovem Jesus, que não estava na caravana que voltava das festividades da Páscoa para Belém. O casal encontra o filho no templo, sentado entre os doutores, interrogando e respondendo às perguntas dos sábios. 

Educador de Jesus, José, carpinteiro por profissão, ensina seu ofício ao filho (Mc 6,3). O carpinteiro, no tempo de Jesus, era o operário que sabia fazer tudo com a madeira. Esta era uma profissão apreciada pelo povo. “Os evangelhos mostram José como um trabalhador honesto, que soube cuidar de toda família por meio do digno trabalho de suas mãos”, enaltece pe. Aleixo.

A Igreja também celebra o dia de São José, Operário, em 1º de maio, data civil marcada pelo Dia do Trabalhador.

 

A morte de José – o silêncio dos Evangelhos

As Sagradas Escrituras nada relatam sobre a morte de José. Após o episódio da perda e do encontro de Jesus em Jerusalém, os Evangelhos não falam mais de José. Estudiosos supõem, no entanto, que sua morte deu-se antes da vida pública do Salvador. Isso porque, nas núpcias de Caná, o evangelista João cita, apenas, Jesus e Maria presentes na festa (Jo 2,1). Caso estivesse vivo, o Santo certamente estaria presente no casamento e não deixaria de ser citado por João no relato bíblico.

 

Curiosidade

Diversos autores desmistificam, ainda, a imagem de José como um ancião. Para os estudiosos, o esposo de Maria era moço e vigoroso. Com muita probabilidade de acerto, acredita-se que José tenha nascido entre os anos 33 e 26 antes da nossa era.

Sim, ela vai mamar enquanto quiser!

fevereiro 11, 2014

Faço parte daquele grupo de mães que amam amamentar. Amamentação é um tema um tanto quanto controverso no mundo da maternidade. Porque, de fato, amamentar não é só um mar de rosas e tem muita gente que sofre só de tocar no assunto.

Tive dificuldades de amamentar os meus dois filhos. Com o Pedro, por ser mãe de primeira viagem, foi muito mais difícil, mas sofri também agora, quando Mariana nasceu.

Embora eu tenha lido absolutamente tudo sobre gravidez e suas consequências, ninguém me falou sobre alguns detalhes do período pós-parto (inclusive pós-parto de cesárea) e, com isso, eu sofri mais à época do Pedrinho. Eu que sempre achei lindo uma mãe amamentar seu bebê não sabia o que me aguardava.

O Pedro nasceu um rapagão saudável, com peso e tamanho bons, na 38ª semana de gravidez. Ainda na sala de recuperação, colocaram meu menino para mamar. Ele não conseguiu. Pudera, nem mesmo eu conseguia me mexer de tanta dor. No quarto, as enfermeiras iam e vinham com as mesmas informações que eu tinha lido nas revistas e nos sites personalizados. “Ele tem que abocanhar toda a auréola!; Olha a pegada certa!; Não pode pinçar os seios!; Você tem leite, isso é o colostro que é pouco mesmo!”, etc… E mesmo sem ele conseguir mamar (eu tinha o bico do seio invertido, o que piorou a situação), me deram alta!

Com três dias de nascido, aprendi a primeira lição sobre a amamentação: certifique-se que o bebê está sugando corretamente simplesmente olhando as fraldas. O xixi é uma certeza que ele está mamando. O fato é que o Pedrinho sugava e eu achava que estava no processo normal da amamentação. Com três dias de vida, meu rapaz parou em dois pediatras com febre que passava os 39°. Ele estava desidratado.

Segunda lição (e a mais importante para mim): após três dias de colostro acontece a ‘apojadura’. Esse nome um tanto quanto estranho devia ter aparecido nas minhas leituras durante a gravidez. A apojadura nada mais é do que o momento em que o leite propriamente dito desce. As mamas ficam muito cheias, doloridas demais e até quentes.

Pedro não mamava porque meus seios estavam empedrados. Ele não conseguia sugar (tadinho). Desidratou. E pasmem: quem conseguiu descobrir o que ele tinha foi a enfermeira da maternidade (sim, eu voltei pra lá) especialista em amamentação. Ela massageou meus seios até que fosse possível que o meu bebê os abocanhasse. Fui ao céu e voltei de dor. Mas resolveu. Pedrinho mamou por longos 40 minutos naquele dia.

Mas não acabou. Lição número 3: pelo menos na primeira semana de vida do bebê, é necessário massagear os seios uma meia hora antes de o bebê mamar. Assim, será possível que ele consiga sugar corretamente. Contudo, isso só foi possível com a ajuda do meu esposo. A massagem nos seios depende de uma mão pesada. Tenho certeza que só tive sucesso na amamentação dos meus filhos com a ajuda e persistência do meu marido.

Não foi fácil. Senti muitas dores. Chorei amamentando. Meus seios racharam. Mas Pedrinho mamou até 1 ano e 2 meses de vida. E parou porque quis! E eu chorei novamente! Acreditem!

Com Mariana todo o processo se repetiu. Com uma única diferença: eu estava preparada para o sofrimento. A primeira semana não foi fácil. Ela não teve febre, mas no terceiro dia em diante, meus seios empedraram, passei uma noite em claro de dor e meu marido entrou em cena novamente.

Hoje, Mariana está com oito meses e mama pela manhã, na hora do almoço e à noite o tanto que ela desejar. Amo amamentar! Cada lágrima derramada valeu a pena. Escuto todos os dias: “Não está na hora de desmamar ela?”. Eu respondo: “Não, não está!”. Junto com a amamentação estão os momentos mais belos que passo com minha pequena, está a hora do soninho, o momento em que eu tenho a oportunidade de contempla-la, de cantar pra ela, de acariciar meu bebê. E eu simplesmente amo!

É óbvio que tem as coisinhas chatas como o cheiro do leite, os “lindos” sutiãs pra amamentar, os seios vazando no meio do expediente, entre outras coisinhas mais. Contudo, todos os benefícios da amamentação superam as dificuldades que alimentar seu bebê traz.

Enfim, é minha experiência. Espero que ela ajude alguém!

 

 

 

Era madrugada de 30 de maio de 2013…

novembro 21, 2013

Havia algumas noites que eu já não dormia bem, naquela altura do campeonato, com 37 semanas e um dia de gestação, era totalmente compreensível que dormir não seria a tarefa mais fácil. Barriga enorme, Mariana remexendo sem parar, pressão sobre o pulmão e aquela dor insuportável na região pélvica que me fazia gemer ao virar de lado na cama. Tudo isso somado a contrações de Braxton Hicks que iam e vinham sem serem ritmadas, mas doloridas e que me davam uma falta de ar daquelas.

Era madrugada de 30 de maio de 2013. O silêncio da casa era interrompido pelo barulho do ventilador que soprava de um lado para outro tentando amenizar o calor insuportável que fazia naqueles dias de outono. Entretanto, passei a despertar por outro motivo no calar da noite. Fortes cólicas me acordaram, fazendo-me ziguezaguear pelos cômodos da casa.

Acordei o marido. Disse a ele que as dores estavam mais fortes e que eu provavelmente não conseguiria ir à Santa Missa de Corpus Christ pela manhã. Mas não era motivo para preocupação. Afinal de contas, Mariana estava prevista para três semanas à frente. Havia apenas um dia que a gravidez atingira o conceito “a termo” e eu não devia esperá-la para aquele dia.

Deitei novamente. Já passavam das 4h da manhã. Levantei. Não tinha como conseguir dormir. A cólica aumentava. As dores nas costas apareceram também. Fui ao banheiro. Descobri, de fato, que o “tampão” existe. (Para os leigos, o tampão é a substância que protege o colo do útero e evita a entrada de bactérias). Ele – de cor branca e de aspecto gelatinoso – caiu de uma só vez quando eu tentava conter aquela dor sentada ao (é feio de falar, eu sei) vaso sanitário.

Corri pro marido novamente. Contei o ocorrido. Meio dormindo, meio acordado, ele perguntou o que significava, de fato, a liberação do tampão. Falei que o parto podia ser aquele dia ou semanas após o ocorrido. Ele relaxou e voltou a dormir. Eu não. A dor não me deixava. Foi quando andando de um lado para o outro senti as pernas molhadas. Coloquei as mãos entre as coxas. Elas voltaram molhadas.

Acordei o marido pela terceira vez. Era a bolsa que havia estourado. Não tinha mais jeito. Mariana queria nascer. Ela escolheu aquele dia santo, no finzinho de maio, mês de Maria Santíssima, porque era não era uma menininha qualquer, era uma Mariana, futura devota de Maria, Mãe de Deus. Minha “Maria” que me foi revelada um mês antes da concepção.

O marido desesperou. Pulou da cama, fez-me ligar para o obstetra e também acordá-lo na madrugada. Dr. Marcélio mandou colocar as malas no carro e seguir para o hospital. Ao tomar o banho, a bolsa rompeu-se totalmente. Mariana iria chegar mesmo!

O calor da madrugada deu lugar a uma chuva torrencial. Era o céu dando boas-vindas à nova filha de Deus. Seguimos para o Santa Luzia debaixo de chuva, entre as contrações, avisávamos os parentes mais próximos.

E assim se fez. Após o romper do dia, após às 7h da manhã, minha menina nascia por meio de uma cesária. Não era muito grande. Com 49,5 cm e 2,910, ela veio ao mundo, pronta para transformar a minha vida e o meu coração.

O marido, com os olhos lacrimejando, disse: Nasceu! Ouvi seu choro. A enfermeira a tomou pelos braços e colou o pequenino rosto de Mariana ao meu. Ela ainda chorava. Eu então pronunciei palavras que nem me lembro devido o tamanho da emoção. Mas algo ficou profundamente marcado em minha memória. Seu choro silenciou ao ouvir minha voz. A mesma voz que ela ouvira nos últimos nove meses. A perfeição divina do elo entre mãe e filha que nasce já na concepção se mostrava real.

Minha Mariana, linda Mariana. A versão feminina do meu Pedro fez meu coração disparar igualmente mais uma vez na minha vida. Porque ser mãe é isso. É se emocionar novamente, com a mesma intensidade, em momentos diferentes. Minha desejada e esperada filha havia nascido, naquela manhã quente e chuvosa, cumprindo mais uma vez a vontade de Deus em minha vida.

 

Seja bem-vindo, terceiro trimestre!

março 25, 2013

O segundo trimestre da gravidez chegou ao fim. Agora, com 28 semanas de gestação, tecnicamente entrando no 7º mês, sinto o “peso” da gravidez em todos os sentidos. Está tudo bem conosco, graças ao bom Deus, mas os incômodos desse período já se fazem presentes.

Como a barriga já está grande, tenho tido dificuldades para encontrar posição pra dormir, desperto com frequência no período da noite, o que me faz acordar mais cansada ainda. E como o meu dia começa cedo mesmo, às 6h, meu corpo tem pedido “arrego” ultimamente.

As dores na lombar já apareceram também. É só dirigir um pouquinho a mais ou pegar aquele engarrafamento que ela dá sinal de vida. Daí não tem jeito: o paracetamol assume pra que eu dê conta de chegar ao fim do dia.

As contrações de Braxton Hicks também já são sentidas. São incômodas e me dão uma falta de ar… Ainda bem que duram apenas alguns segundos.

Além disso, percebo que ser mãe de “segunda viagem” não é tão simples assim. Tenho que dar atenção ao Pedro, que cuidar dele, ajudar nas tarefas de casa, enfim… todo o trabalho de mãe. Fora ser esposa e dona de casa, perfis intrínsecos de quem é casada, e, claro, ser profissional, que me deixa fora de casa durante todo o dia.

Apesar do cansaço, tenho mantido as aulas de natação. Além de um ótimo exercício durante a gravidez, a natação é, para mim, uma terapia. Relaxa, me tira do mundo, me dá ânimo. Acredito que esta foi a melhor decisão que tomei ultimamente. Espero ter saúde para dar continuidade às aulas até o nono mês.

Fora as minhas “lamentações”, está tudo bem comigo e com a Mariana. Fiz ecografia na semana passada. Ela está com 37 cm e pesando 1.026 kg. Eu só engordei 4 kg até agora, não estou inchada e isso tem me favorecido bastante.

Mas vamos que vamos. Tô na contagem regressiva, louca pra ver essa mocinha e aguardando, ansiosamente, sua chegada.

É menina! Perseguimos rumo ao 6º mês!

fevereiro 22, 2013

Novidades! Como sempre, nada de atualizar o blog, né?! Mas, vamos lá! Estou beirando o sexto mês de gravidez! E, desta vez, resolvi adotar hábitos mais saudáveis para evitar complicações na gestação.

A primeira novidade é que eu estou grávida de uma menina! Isso mesmo. Pedrinho terá uma irmã! E eu e o Alê, a graça de termos um casal de filhos. É a Mariana, filha desejada e mais que esperada. Depois de dois anos tentando engravidar, recebi uma revelação de que Deus estava enviando a minha “Maria”, em breve. E foi exatamente o que aconteceu. Ainda essa semana eu fiz a ecografia morfológica do 2º trimestre e tive a confirmação do sexo da neném. Segundo a médica, sem nenhuma possibilidade de erro. Agora eu posso fazer o enxoval rosa! É óbvio que o maridão ficou se achando o importante. Afinal, é o homem que “define” o sexo do bebê. E ter um casal é como fazer um gol de placa, né?!

E como eu ia dizendo, desta vez, mais madura e com mais informações, eu decidi cuidar um pouco mais de mim. Tenho me alimentado super bem, aumentado o consumo de frutas e verduras e bebendo muita água! Além disso, decidi me matricular na natação. Desde o início do quarto mês que a prática deste exercício tem feito parte da minha corrida vida. E, confesso, estou amando. Não estou inchada, tenho engordado muito pouco e a natação me faz relaxar mesmo com o estresse do trabalho.

Meu único problema mesmo é o tempo. E espero que ele – ou a falta dele – não prejudique a gravidez. Pedrinho estuda de manhã, portanto, o dia começa muito cedo em casa. Antes de o sol nascer o meu despertador já está gritando e dizendo que, infelizmente, não posso dormir nem mais um minuto sequer. Daí pra frente o tempo não para. Tomar banho, arrumar menino e mochila, preparar o café da manhã e o lanche do colégio… Engolir a comida, levar o filho pra escola, seguir pro trabalho e resolver mil demandas. Acabou? Que nada! A natação é no intervalo do almoço e, portanto, eu faço a aula e engulo a comida antes de retornar para o trabalho. Trânsito pra um lado, trânsito pra outro! Quando não tenho inglês à noite, ao chegar em casa, as tarefas domésticas e os deveres escolares do pequeno ainda me aguardam, além de um marido e um filho carentes de amor! Antes de dormir, ainda rezamos o terço, nossa oração de casal. É mole?!

E é em meio a essa correria que minha barriga cresce, dá o ar da graça e toma para si todas as atenções. Mariana está com 538 gramas e 29 cm. Tudo perfeito com ela. Agora é crescer e engordar.

É isso. A minha vida é uma loucura, mas eu amo cada motivo pelo qual tenho que correr. São as bênçãos que Deus me deu!

Primeiro trimestre cheio de enjoos

janeiro 2, 2013

Dizem que cada gravidez é uma gravidez. No meu caso, isto é um fato. Durante a gestação do Pedro, até tive mal-estar durante o primeiro trimestre, não podia sentir determinados cheios e, no período noturno, me sentia indisposta, enjoada. Contudo, nada que mudasse minha rotina.

Desta vez, tudo mudou. Os três primeiros meses não foram fáceis. Passei muito mal, tive que controlar os enjoos com a dose mais forte de Dramin e, por isso, não fiquei nada bem. Eu acordava enjoada e dormia enjoada. Escovar os dentes de manhã era a mesma tortura que comer uma macarronada (o meu prato preferido) nas refeições, por exemplo.  Até frutas e verduras me faziam mal. E, enquanto eu posso me orgulhar de não ter vomitado nenhuma vez durante minha primeira gravidez, nesta, eu digo o contrário: raro o dia em que as corridas para o banheiro não me acompanharam.

O Dramin também não é um bom companheiro. Me deixava sonolenta, sem reação, letárgica por assim dizer. Eu não tinha ânimo pra trabalhar, pra cuidar da casa, nem pra dar atenção ao marido e ao meu filho. Uma lástima. Parece que estamos muito doentes sem estar doente. Haja compreensão dos outros e paciência por mim mesma.

Mas passou. Bastou chegar às 12 semanas e, gradativamente, o mal-estar foi indo embora, dando lugar à barriguinha que já apareceu. Segunda gestação é isso mesmo, logo ela chega e dá o ar da graça.

Além disso, eu tive a sorte de começar a me sentir bem logo que entrei de férias, o que me permitiu aproveitar cada segundo de praia e poder comer de tudo um pouco da culinária nordestina. Afinal de contas, voltar pra Brasília sem ter comido a famosa tapioca ou sem me acabar no camarão ao alho e óleo não ia ser legal.

Agora, eu já alcancei as 16 semanas. Durante a última ecografia vimos que está tudo bem com o nosso bebezinho e já estou inclusive liberada para fazer exercícios físicos. A natação será a bola da vez, vamos ver se eu consigo me matricular logo!

Além disso, estamos ansiosos para saber o sexo do bebê. Semana que vem tenho ecografia marcada, e estamos na torcida para dar pra ver se é menino ou menina.

No mais, é isso. Depois de férias e recesso, o trabalho nos espera! Que eu tenha saúde para continuar a ser uma boa profissional e, ao mesmo tempo, boa mãe, boa esposa, etc!

 

 

 

O tempo de Deus chegou: estou grávida novamente!!!

outubro 26, 2012

ImagemEis que no último dia 16/10, descobri, por meio de um Beta HCG, que estou grávida novamente. Esse pequenino ser que agora habita em meu ventre foi mais que planejado, foi esperado. Foram mais de dois anos tentando engravidar e o tempo de Deus chegou.

Creio que, de fato, há um tempo para cada coisa. Esperar por este bebezinho – que mede, apenas, 5 mm, com um coraçãozinho que bate a 104 bpm por minuto – foi providencial. Isso porque essa gravidez chegou em um momento muito especial em minha vida. Vivo, hoje, o tempo da maturidade, que anda de mãos dadas com o discernimento, com a ponderação. Posso dizer que hoje sou mais madura como mulher, como mãe, como esposa, como profissional, como cristã.

Engravidei do Pedro com 22 anos, recém-casada, sem conhecer muito da vida. Tinha, apenas, seis meses de casada, portanto, aquele também era um mundo novo pra mim. Eu e o Alê ainda tínhamos muito que ajustar, que conhecer as manias um do outro, que entender o que era a vida de casados, mesmo. Eu havia acabado de entrar na empresa em que trabalho, fazia inúmeras horas-extras, vivia estressada, me alimentava mal, não fiz nenhum exercício na gravidez, etc. Como mãe, vivi o novo, tive que aprender tudo com muito medo, apanhei pra caramba…

Hoje, as coisas são diferentes. Vivo a melhor fase do meu casamento. Mês que vem completo sete anos de casados – o tempo da perfeição, segundo a Bíblia. Eu e o Alê temos nos curtido, dialogado muito e, o mais importante, temos rezado juntos todos os dias. Por isso, eu falo que esse bebê foi gestado, antes, na oração.

Como mãe, pude aprender muito com o Pedrinho. Fiz questão de cuidar do meu pequeno sem ajuda de terceiros e isso fez um bem enorme pra mim. Pedro me fez aprender a ser mãe e hoje, com muito orgulho, posso dizer que me empenho para ser a melhor mãe possível. A maternidade mudou o meu ser, me preencheu por completo moldou essa Suzana de hoje.

Além disso, minha vida profissional também é mais tranquila, embora na mesma empresa, tenho mais segurança do trabalho que desempenho (à época eu era recém-formada também), conheço de olhos fechados o que a companhia desempenha e seu quais são os anseios dos meus gestores. Isso faz com que eu não precise trabalhar horas a fio para ter bons resultados, o que me deixa menos estressada.

Esse ano eu e o Alê recuperamos, também, o nosso servir. Voltamos ao “primeiro amor”, à Escola Santo André, local que marcou nosso caminhar na Igreja. E foi assim acontecendo sem que a gente percebesse. Tivemos, ainda, a linda graça de coordenar o VII Encontro de Casais com Cristo da minha paróquia. Presente de Deus para nós. Quanto aprendemos, quando bem fez ao nosso casamento… Quanto Deus participou de nossas vidas neste ano. Por essas e outras, é que eu creio no tempo de Deus.

Meu pequenino bebê… todos nós te esperamos com grande ansiedade. Nossa família não é somente o papai e a mamãe. Você tem um irmão lindo, esperto, que também desejou muito que você fosse concebido. Te aguardamos numa família repleta de amor!